Sem limites para extravagâncias, Pablo Escobar enviou o seu avião particular ao Rio apenas para buscar mulheres e, segundo o irmão, contratou Roberto Carlos para cantar em Medellín.
“Roberto Carlos veio a Medellín para um show trazido por nós, mas em uma discoteca”, disse Roberto Escobar, irmão mais velho do traficante, à reportagem da Folha.
Foi numa rápida conversa durante o tour em sua casa –em troca de uma entrevista exclusiva, seu guia de turismo havia pedido US$ 5.000.
Fanático por Roberto Carlos, Escobar tinha em sua fazenda uma jukebox apenas com canções do brasileiro, conforme relatado no livro “Killing Pablo” (matando Pablo), de Mark Bowden
O Rei fez dois shows em Medellín em fevereiro de 1988. O primeiro ocorreu no luxuoso hotel Intercontinental, alvo de um carro-bomba dois anos depois.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa de Roberto informou que ele “está em turnê pelo Nordeste e, por esse motivo, não será possível fazer esta consulta”.
A reportagem também perguntou a Roberto Escobar sobre uma passagem do seu livro, “Mi Hermano, el Patrón Escobar”. Ali, descreve uma festa com “cinco hermosas garotas”, escolhidas “por meio de um amigo no Brasil”.
“É um famoso cirurgião plástico brasileiro”, disse.
A fascinação com as brasileiras começou em 1982, quando Escobar e outros dez integrantes da cúpula do Cartel de Medellín passaram o Carnaval no Rio.
Segundo o livro “La Parábola de Pablo”, de Alonso Salazar, o grupo gastou US$ 500 mil durante a estadia.
De volta, Escobar ordenou que o seu piloto fosse ao Rio buscar “garotas”. A ordem foi cumprida em 15 horas.
Mas surgiu um problema: a mulher de Escobar, Victoria, estava chegando de helicóptero à fazenda.
“Quando a sua mulher chegou, tudo estava em ordem. E quando finalmente partiu, Pablo ordenou que o avião, que havia dado voltas por três horas sobre os céus da [fazenda] Nápoles com as cabareteiras, aterrissasse de novo”.
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