Pescadores estavam há 25 dias no mar; dois ainda estão desaparecidos e seis sobreviveram
Fortim. Faltam encontrar dois dos três corpos desaparecidos no naufrágio do barco Compescal V, que voltava do mar após 25 dias de pesca de lagosta a mais de 70 Km mar adentro. Equipe de resgate da Capitania dos Portos do Ceará encontrou e retirou, no fim da tarde de ontem, o corpo de José Milton Moreira da Silva, 61, da Foz do Rio Jaguaribe, em Fortim, a 135 Km da Capital. O barco com seis pescadores virou ao ser atingido por forte vento na noite da última terça-feira (22), mas só foi localizado na madrugada de quarta-feira (23) por um jangadeiro. Três pessoas sobreviveram.
O naufrágio aconteceu a aproximadamente 14 Km da praia entre os municípios de Beberibe e Fortim, no Litoral Leste. Os pescadores entrariam pela Foz do Rio Jaguaribe até a comunidade de Volta, em Aracati, onde aportam os barcos pesqueiros.
Era o fim de uma jornada de quase um mês no mar. Os seis homens revezavam-se em suas funções e Rogaciano Costa acabava de assumir o comando e fazer uma ligação para o celular da esposa. "Não deu dois minutos, pegamos uma volta de mar, um vento veio forte com uma onda e virou o barco. Comecei a gritar pelos outros. Dois responderam, os outros, não", afirma Rogaciano.
Os sobreviventes passaram a noite enganchados nas boias do barco virado. "Foi Deus quem colocou aquele homem para salvar a gente". Era um jangadeiro do Portal do Maceió, em Fortim, que havia embarcado na madrugada e, amanhecendo o dia, avistou Rogaciano à deriva em uma das boias, que já estava longe com os outros sobreviventes.
O corpo de José Milton Moreira da Silva foi encontrado no início da tarde de ontem, mas foi necessário esperar a maré aumentar, no fim da tarde, para que a elevação das águas permitisse a passagem, até o Rio Jaguaribe, dos barcos que auxiliaram nas buscas. O corpo foi retirado do barco a motor para uma jangada e desta saiu do rio carregado pela equipe da Perícia Forense, encaminhando para o Instituto Médico Legal da Capital.
Equipe liderada pelo comandante Braga, da Capitania dos Portos em Aracati, e o Serviço de Busca e Salvamento Marítimo do Nordeste (Salvamar Nordeste) fizeram buscas durante todo o dia e retomam os trabalhos hoje. O prazo comum para buscas de naufrágios desse tipo é de cinco dias. Foi o segundo naufrágio em cinco meses. Em 21 de maio deste ano, um barco com cinco pescadores naufragou no mar de Acaraú, no Litoral Oeste. Dois sobreviveram e os outros três não foram localizados.
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