"Bocão" responde na Justiça por roubo, dano ao patrimônio, receptação, tráfico e homicídio
A Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (20), o chefe da quadrilha que comandava os ataques a ônibus na Capital e Região Metropolitana (RMF). A informação foi confirmada pelo titular da DRF, delegado Raphael Vilarinho.
Segundo informações da Polícia Civil, Francisco Santiago Júnior, 26, conhecido como "Bocão", reside na área do Barroso II. A Polícia já realizava um cerco na residência do acusado, mas ele compareceu à Delegacia, sem saber que já existia um mandado de prisão em seu desfavor, e permaneceu preso. "Bocão" responde na Justiça por roubo, dano ao patrimônio, receptação, tráfico e homicídio. O acusado é considerado o chefe da quadrilha dos ataques aos ônibus.
"Bocão" seria o chefe do tráfico da área do Barroso, que antes era comandada por"Henrique do Barroso", morto no último domingo (16), durante um motim na Unidade Penal Agente Luciano Andrade Lima (Upalal), a antiga CPPL I. A Polícia Civil informou que o irmão de "Bocão" era o braço direito de Henrique. Porém, o irmão de 'bocão"ele foi executado anteriormente.
A operação teve apoio da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria de Segurança e Defesa Social (SSPDS), que prendeu na tarde da última quarta-feira (19), outro acusado identificado apenas como "Sarney". Ao todo são sete presos, todos encaminhado à Delegacia de Roubos e Furtos, e um morto durante confronto com a Polícia Militar, na área do Barroso.
A Polícia já identificou todos os mandantes dos ataques contra oito ônibus e já possui mais de oito mandados de prisão preventiva.
Polícia investiga mortes que desencadearam a guerra entre traficantes
A Polícia tem investigado a guerra entre os traficantes dos bairros São Miguel e Barroso. A morte de Henrique do Barroso, dentro do presídio e a morte da mãe de um traficante do São Miguel, identificado como "Pequeno" teriam desencadeado todo os conflitos e ataques a ônibus.
O secretario de Segurança, Servilho Paiva, confirmou durante coletiva realizada da SSPDS para divulgar a operação Coletivo Seguro, que a morte de Henrique do "Barroso" e a morte da mãe do chefe do tráfico no São Miguel seriam apontadas na investigação como as causas do ataque.
"Pequeno" está preso em uma unidade prisional, mas teria informado aos demais inimigos que iria vingar a morte de sua mãe. Fontes da Polícia ressaltaram que "Pequeno" disse ter R$ 300 mil em dinheiro e iria gastar a quantia em armamento e gerar um "banho de sangue". Com isso, o Batalhão de Choque (BPChoque) realizou rondas todos os dias na comunidade do São Miguel, até que a situação de terror se normalizasse.
Ataques aos ônibus
Na última terça-feira (18), dois homens foram flagrados ateando fogo dentro do ônibus da linha Campus do Pici/Unifor, no bairro Edson Queiroz por volta das 14h.
Já na segunda-feira (17), um ônibus da empresa Vega, da linha 631 - Carlos Albuquerque, foi incendiado pouco depois da meia noite, na altura do km 11 da BR-116, em Messejana. O prejuízo ultrapassou R$ 280 mil. Horas antes, dois homens atearam fogo contra um ônibus que trafegava pelo bairro Cigana, em Caucaia.
No final de semana, uma onda de ataques foi registrada. Na noite de domingo (16), quatro ônibus foram incendiados. No Conjunto Ceará, dois homens em um Polo Sedan preto jogaram gasolina em dois ônibus e atearam fogo nos veículos. Ainda no domingo, outros dois ônibus foram totalmente queimados no Jardim América e na saída do terminal do Siqueira.
Foi atacada, ainda, a sede da Secretaria de Justiça (Sejus), no bairro Aldeota, a tiros por volta das 22h30 do último domingo (16).
Mesmo com as prisões, a operação Coletivo Seguro continua com reforço policial em mais de 30 linhas de ônibus e 15 de vans. Policiais Militares estão realizando a segurança dentro dos veículos. A iniciativa da SSPDS em parceria com o Sindiônibus não tem previsão para acabar e os policiais devem continuar dentro dos ônibus.
Morte do "Henrique do Barroso"
Henrique viveu apenas dois dias na unidade penal. Seu corpo foi encontrado dentro do banheiro coletivo, com marcas de espancamento.
Ele estava recolhido na Delegacia de Narcóticos (Denarc), depois de ser preso pelos policiais da Coordenadoria de Inteligência (Coin).Em seguida, foi transferido para a Upalal.
A Secretaria de Justiça tentou obter autorização judicial para levar o detento a uma unidade prisional federal, localizada em outro estado, mas o pedido não foi acatado. Além de Henrique, outro detento também foi executado no motim.
Morte da mãe do traficante "Pequeno"
Maria Edleuza foi executada com cinco tiros na calçada de casa, na Rua Nenem Arrusa, no bairro São Miguel. O crime ocorreu em janeiro deste ano,
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