Além dos casos fatais, outras 36 pessoas se afogaram no Ceará, em 2017. Os afogamentos não fatais aumentaram 41,6% em relação ao mesmo período de 2016
Sete pessoas morreram por afogamento no Ceará, em janeiro e fevereiro deste ano, de acordo com dados estatísticos da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Os casos fatais diminuíram 63,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 11 mortes do tipo no Estado. Os dados de março ainda serão finalizados e divulgados posteriormente, mas em menos de 48 horas duas pessoas já morreram por afogamento nesta semana, somente em Choró.
No domingo, 26, um agricultor de 31 anos morreu afogado após ter ido tomar banho com outro homem no açude Pompeu Sobrinho. Francisco José Ferreira de Lima tentou atravessar o reservatório e submergiu, por volta das 13h30min. O corpo só foi localizado no dia seguinte, às 9 horas, pela equipe de bombeiros.
Na terça-feira, 28, outro agricultor morreu no açude de Veríssimo, na zona rural de Choró. Manoel Edilson da Silva, 61, foi tomar banho no local, e o corpo só foi achado às 10 horas desta quarta-feira, 29.
A capitã Juliany Freire, assessora de comunicação do Corpo de Bombeiros, explica que a maioria dos afogamentos são registrados em mananciais de água doce, como os açudes. "Existe o mito de que esses afogamentos ocorrem mais em água doce, mas eles representam apenas 20%. O mar, por ser mais profundo, gera mais cautela entre as pessoas", avalia.
Com as chuvas dos dois primeiros meses deste ano, os açudes cearenses tiveram aporte de 732,84 milhões de metros cúbicos (m³), conforme última resenha de monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). A Companhia aponta que esse volume representa apenas 10,54% da capacidade total dos reservatórios do Ceará, o que não faz com que a cheia dos açudes deixe de ser comemorada pela população – muitas vezes com banhos.
"A preocupação no período de chuvas, quando as lagoas ficam cheias, é que as pessoas tendem a tomar banho. A gente orienta que os banhos sejam em locais com guarda-vidas ou equipamentos flutuantes, como boias", explica a capitã Juliany. A assessora dos Bombeiros diz que as vítimas de afogamentos fatais são, principalmente, crianças e adultos do sexo masculino.
Por isso, é importante que as famílias fiquem atentas quando as crianças estão fazendo banhos nos mananciais. Outra recomendação é evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou mesmo de alimentos. "Durante a digestão, o sangue se concentra na região abdominal, e a pessoa sente aquele moleza.
Se ela ainda for nadar, vai demandar mais energia do corpo, ocasionando até um colapso. A pessoa pode passar mal, é arriscado se afogar", frisa ela.
Aumento de afogamentos não fatais
Além dos casos fatais, outras 36 pessoas se afogaram no Ceará, em 2017. O número representa aumento de 41,6% em relação ao mesmo período de 2016, no qual foram registrados 15 afogamentos não fatais.
Em 2016, os meses com a maior quantidade de afogamentos não fatais foram outubro (20), julho (17), dezembro (17) e novembro (16). Já em relação aos afogamentos fatais, os meses com maior quantidade foram novembro (6), setembro (6) e fevereiro (8).
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