A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata a reeleição à presidência da República, em entrevista ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, nesta segunda-feira (8), disse que em ‘nenhum momento’ seu governo teve conhecimento sobre um suposto esquema de corrupção na Petrobras, delatado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, à Justiça.
Dilma definiu como “estarrecedor” o fato de as denúncias serem feitas por um funcionário de carreira da Petrobras e disse já ter solicitado oficialmente à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal o acesso a seu depoimento. Disse que ‘em nenhum momento’ identificou, durante o período em que integrou a cúpula da empresa, suspeitas de irregularidades.
De acordo com reportagem da revista Veja do último sábado, Paulo Roberto Costa disse em depoimento à Justiça, haver um esquema de pagamento de propina na Petrobras, que teria beneficiado uma lista de políticos, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além de seis senadores e pelo menos 25 deputados federais.
Nas conversas com a PF, o ex-diretor teria dito que, quando estava na Petrobrás, entre 2004 e 2012, conversou diretamente com o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de assuntos da empresa.
Para Dilma, as denúncias envolvendo a Petrobras “não têm a ver com gestão”. “É de fato surpreendente que ele [Paulo Roberto Costa] faça isso. Não é típico dos quadros da Petrobrás”, afirmou. A presidente afirmou já ter solicitado oficialmente o conteúdo das declarações de Costa para “tomar as providências cabíveis” e que recebeu as explicações do ministro Edison Lobão.
“A revista não diz de onde tirou informações, nem como tirou”, disse. “Se a pessoa estiver comprometida, é afastamento puro e simples do governo. Mas tenho que acatar informações oficiais, da Polícia Federal, do Ministério Público. Se eles não forem capazes de me responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal que me informe”, complementou.
Dilma disse ser “estranho” que os adversários falem sobre corrupção já que outros esquemas de corrupção não tiveram o mesmo tratamento. “É o caso do mensalão do DEM. Nós investigamos. Fizemos o dever de casa, não deixamos nada debaixo do tapete. Hoje, doa a quem doer, vamos investigar”, disse.
Ela voltou a lembrar o caso de afundamento de uma plataforma de petróleo durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso e que, segundo Dilma, não foi investigado. “Você acha que é tranquilo, uma plataforma que custa R$ 1,5 bilhão afundar? E ninguém investigar porque afundou?. A plataforma, de R$ 1,5 bilhão é duas vezes Pasadena”, disse.
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