sexta-feira, 26 de junho de 2015

Emenda de reajuste para aposentados divide bancada do Ceará

Pela regra aprovada, as aposentadorias seriam reajustas pelas mesmas regras aplicadas ao salário mínimo. Votação colocou do mesmo lado adversários históricos, como os deputados Luizianne Lins e Moroni Torgan

A bancada cearense na Câmara Federal se dividiu na votação da Medida Provisória 672/15, que estende as regras do reajuste do salário mínimo para as aposentadorias. O valor é calculado pela soma da variação da inflação (INPC) e do Produto Interno Bruto (PIB). A regra, proposta por Arthur Oliveira (SD) foi aprovada por 206 votos a 179. Entre os cearenses, foram nove votos favoráveis e sete votos contrários.

Entre os votos favoráveis, alguns tem destaque. Um deles, o da ex-prefeita Luizianne Lins (PT). Ela já havia contrariado o governo na votação da MP 665, que restringia direitos trabalhistas. Na época, a deputada argumentou que não votaria “com os inimigos do PT e do Governo” mesmo sendo contra o teor do projeto. Entre os petistas, apenas ela e mais dois - Wadih Damous (RJ)e Weliton Prado (MG) - foram favoráveis à emenda votada ontem. A votação colocou do mesmo lado a ex-prefeita e um de seus adversários históricos, Moroni Torgan (DEM).
Na bancada no PCdoB, apenas o cearense Chico Lopes apoiou a medida. O parlamentar, tradicionalmente, acompanha a orientação da liderança comunista ao determinar seu voto.
O posicionamento do parlamentar, no entanto, foi de equívoco. Ele afirmou ao O POVO que votou de forma errada. “Eu segui a orientação do partido (que era a favor do governo) e me enganei”, disse.
O deputado André Figueiredo (PDT), do partido que faz parte da base aliada do governo, também votou a favor da medida. Ele justifica o posicionamento afirmando que a MP “corrige uma injustiça histórica com os aposentados do Brasil”. O deputado afirma que está aberto ao diálogo com o governo para nova proposta intermediária.
“Passou dos limites”
Responsável pelas maiores derrotas legislativas ao governo Dilma Rousseff neste ano, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou ontem que a Casa “passou dos limites” e colocou o ajuste fiscal em risco ao aprovar na véspera um reajuste maior a aposentados e pensionistas.

“Essa medida de ontem (quarta) passou dos limites. Essa aprovação realmente causa um prejuízo ao país, foi feita de forma equivocada. (...) É bom que se chame à consciência de que tudo tem um limite”, afirmou.”Ontem se chegou a um limite daquilo que não deve ser feito”, disse o presidente da Câmara. (O POVO Online, com agências de notícias)

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