Familiares e amigos estiveram no velório de Paulo Goulart nesta quinta-feira (13) no Teatro Municipal de São Paulo. Famosos como Ney Latorraca, Odilon Wagner, Laura Cardoso, Juca de Oliveira, Irene Ravache, entre outros. O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também esteve no local.
O enterro do ator está previsto para as 14h desta sexta-feira (14), no Cemitério da Consolação, em São Paulo.
O ator morreu, aos 81 anos. Ele estava internado desde o começo de fevereiro no Hospital São José, em São Paulo. Desde 2011, Paulo lutava contra um câncer nos rins.
Paulo Goulart deixou a mulher, a atriz Nicette Bruno, com quem era casado há 60 anos, e os três filhos também atores: Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho.
Beth Goulart, emocionada, declarou à imprensa sua admiração pelo pai:
"Meu pai era um símbolo de amor. De um homem dedicado à família, à mulher, ao trabalho, aos filhos, ao próximo, ao país, no sentido de participação, cidadania, consciência social, ele queria ajudar a sociedade de alguma forma, através da sua arte. Ele foi um homem de uma dignidade imensa, nos deixou um legado de bons princípios, ética, moral, ele foi o melhor exemplo de homem que poderíamos ter nas nossas vidas."
Trajetória
Paulo Afonso Miessa era o nome completo do ator Paulo Goulart. Ele nascer em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Antes de seguir a carreira de ator, Paulo estudou química industrial. No início da carreira, fez alguns testes para ser ator e começou como rádio-ator, em radionovelas, com a direção de Oduvaldo Viana. Seu primeiro trabalho em TV foi ao lado de Mazzaropi, no papel de Boca Mole. Logo deixou a Rádio e TV Tupi, indo para a TV Paulista.
No teatro, conheceu sua companheira, Nicete Bruno, com a qual se casou em 1954.
No cinema, ele estreou também em 1954, na comédia “Destino em apuros”, de Ernesto Remani. Antes de estrear na TV Globo (1969), Paulo Goulart morou no Paraná onde trabalhou com TV e Teatro, e passou também pela TV Excelsior. Na globo, seu primeiro personagem foi em A Cabana do Pai Tomás, com texto adaptadodo livro de Harriet Beecher.
Daí por diante, esteve com personagens de sucesso, geralmente vilões, como Altair de O Dono do Mundo (1991), Donato no remake de Mulheres de Areia (1993), o Farina de Esperança (2002), Heriberto em Duas Caras (2007). Também esteve no elenco de América (2005), Éramos Seis (1977), As Pupilas do Senhor Reitor (1994), Zazá (1997), Ti-Ti-Ti (2010) e Morde & Assopra (2011), entre tantas outras novelas de sucesso, além das minisséries Auto da Compadecida (1999), Aquarela do Brasil (2000), Um só coração (2004), JK (2006) e Amazônia: de Galvez a Chico Mendes (2007).
Lançou os livros 7 Vidas (auto-ajuda), Grandes Pratos e Pequenas Histórias de Amor (Culinária) e Vôo da Borboleta.
Era avô das também atrizes Vanessa Goulart e Clarissa Mayoral.
No cinema, em 2010, esteve no filme Nosso Lar, inspirado na mais importante obra do médium mineiro Chico Xavier, na obra que levanta questões sobre o trabalho justo e dignificante e também a Lei de Causa e Efeito a que todos os espíritos, segundo o espiritismo, estariam submetidos. Paulo, que seguia a doutrina espírita junto à sua família, contou na época, em entrevista coletiva, que esse trabalho o fez ver que estava contribuindo para divulgar a doutrina de maneira especial, usando a arte.
Uma de suas frases marcantes foi "O importante para mim é ser útil, ao próximo, dentro do meu ofício”.
O ator sofreu um câncer de mediastino e tratado até início de 2013. Ele estava internado no Hospital São José, em São Paulo, agora por conta de um câncer de rim.