terça-feira, 25 de agosto de 2015

Marcelo Barbarena confessa ter matado esposa e bebê a tiros

Em menos de 24 horas, Marcelo Barbarena mudou a versão de que a casa foi arrombada. Ontem, durante perícia complementar na casa em Paracuru, ele confessou aos policiais ter efetuado os disparos após uma briga

O gaúcho Marcelo Barbarena Moraes, 39, confessou ser o autor do duplo homicídio da esposa Adriana Moura de Pessoa Carvalho Moraes, 38, e da filha de oito meses do casal, Jade Pessoa de Carvalho Moraes. O crime ocorreu na casa de veraneio da família, em Paracuru, na madrugada do último domingo, 23. Mãe e filha foram encontradas mortas com marcas de tiros, na cabeça e nas costas, respectivamente. 
O pai de Jade confessou ontem ter matado as duas durante a perícia complementar no local do crime. A nova versão apresentada por Marcelo, que é gerente de uma loja de móveis projetados, fez com que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sanasse as dúvidas de autoria sobre o caso. Em meio a lágrimas e pedidos de perdão à família de Adriana, ele contou que teve uma discussão com a esposa e depois a matou. “Ele diz que ficou sem dormir, foi ao quarto, pegou a arma no guarda-roupa e atirou nas duas. Ele diz que foi uma discussão banal e nem recorda o motivo”, afirmou a diretora da DHPP, Socorro Portela.
O gaúcho e a cearense eram casados há pelo menos 13 anos. Além de Jade, nascida em 17 de dezembro do ano passado, o casal teve outra filha de sete anos, conforme informou a delegada. A família morava em Fortaleza há quatro anos e residia em um apartamento no Cocó. Lá, foram apreendidas nove armas. No perfil do Facebook de Adriana, os laços familiares eram demonstrados por meio de fotos com o esposo durante a gestação e também após o nascimento da segunda filha.
A motivação do crime continua sendo um mistério. Segundo o advogado da família de Adriana, Leandro Vasques, Marcelo falou sobre brigas com ela, mas não contou nada específico.
A delegada mostrou desacreditar em uma motivação relacionada a herança. “Ele tem irmão médico, cunhada dentista, o pai já foi prefeito, o avô delegado, a família possui fazenda... Não se pode falar em motivação relacionada à herança”, relatou Socorro Portela.
De acordo com Leandro Vasques, caso condenado pelo duplo homicídio, Marcelo pode ter pena máxima de 60 anos. “É um homicídio triplamente qualificado e ainda tem os agravantes, que é o de matar cônjuge e descendentes”, detalhou.
Os corpos de mãe e filha foram enterrados, na manhã de ontem, no cemitério Parque da Paz. “A família está sangrando de dor, de choque, e encontrou forças para pedir socorro aos amigos. Agora é acompanhar o trabalho policial e pericial. A família confia nesse estudo”, destacou o advogado.
O POVO tentou entrevistar o advogado de Marcelo Barbarena Moraes, no último domingo, na DHPP, enquanto o suspeito prestava depoimento, mas ele não quis dar entrevista. Ontem, não foram localizados contatos do defensor.
Ocorrência

A Polícia foi acionada pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) para uma ocorrência de roubo seguido de morte. Quando chegou à residência, os policiais se depararam com mãe e filha mortas. 


Armas
Um revólver calibre 38 foi encontrado no bebê conforto, no quarto em que Marcelo dormiria coma filha de sete anos. Outras nove armas foram apreendidas no apartamento deles, no Cocó.

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