quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Abdelmassih é preso no Paraguai

Prisao de  Abdelmassih O especialista em reprodução humana era procurado há três anos. Ele é acusado de abusar de 39 pacientes


Buenos Aires. O médico brasileiro Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos por abusar de 39 mulheres em São Paulo, foi detido ontem, em Assunção, capital do Paraguai. Chamado pela imprensa paraguaia de "doutor terror", ele será transferido para a capital paulista hoje.
Abdelmassih, que abusava de suas vítimas durante a anestesia que realizava para as sessões de inseminação artificial, foi identificado pelas forças de segurança paraguaias em uma operação de rotina da polícia municipal de Assunção e da Polícia Nacional para verificação de documentos.
O médico brasileiro, de 77 anos, foi detido no bairro de Villa Morra, uma das áreas mais caras da capital paraguaia. Ele residia em uma luxuosa casa com sua mulher de 37 anos.
Quando os policiais verificavam os documentos do fugitivo da Justiça brasileira perceberam que ele era procurado pela Interpol. A detenção ocorreu na hora do almoço.
Um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, Abdelmassih estava foragido há três anos. Ele foi denunciado pela primeira vez ao Ministério Público em abril de 2008, por sua ex-funcionária. Depois, diversas pacientes com idades entre 30 e 40 anos disseram ter sido molestadas quando estavam na clínica.
As mulheres dizem ter sido surpreendidas por investidas do médico quando estavam sozinhas - sem o marido e sem enfermeira presente. Três delas afirmam terem sido molestadas após sedação.
Em agosto de 2009, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu 51 processos éticos contra o médico. Os conselheiros do órgão avaliaram que as denúncias eram pertinentes e decidiram cassar o diploma dele.
Formalmente, Abdelmassih foi acusado de estupro contra 39 ex-pacientes, mas como algumas relataram mais de um crime, há 56 acusações contra ele.
O médico também é alvo de um inquérito, que apura se ele cometeu crimes de biossegurança. Há suspeitas de que ele inseminava mais óvulos do que o indicado para que a fertilização tivesse sucesso. Pacientes relataram que seus filhos nasceram com síndromes ou má formação após o tratamento.
A defesa de Abdelmassih disse ontem que aguarda o resultado de recurso ao Tribunal de Justiça de São Paulo contra a condenação em primeira instância.

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